O cobogó e sua brasilidade
É difícil acharmos um elemento com tanta brasilidade na arquitetura quanto o cobogó. Criado em Recife, na década de 20, pelos engenheiros Amadeu Oliveira Coimbra, Ernesto August Boeckmann e Antônio de Góis, respectivamente, um português, um alemão e um brasileiro; o nome cobogó se refere justamente às primeiras sílabas dos sobrenomes de seus criadores: Co (Coimbra), Bo (Boeckmann), Gó (Góis) (!!)
O cobogó foi inspirado no muxarabi, que é um trançado de ripado de madeira de origem árabe-islâmica, que permite a entrada de raios solares e ventilação.
Esse aqui é o muxarabi:
Bastante popular no Brasil a partir da década de 1950, o cobogó é a denominação dos detalhes vazados que ornamentam paredes e muros, geralmente com a intenção de garantir maior ventilação e luminosidade aos imóveis. Ficou bastante conhecido quando Oscar Niemeyer e Lúcio Costa começaram a usar esse elemento em seus projetos, imprimindo um toque modernista às construções.
O cobogó pode ser bastante encontrado em fachadas, onde é muito eficiente por garantir uma privacidade interna, ao mesmo tempo que deixa entrar luminosidade e ventilação.
Confere aqui uns exemplos de fachadas com o uso desse elemento:
Vendo por fora já fica lindo, mas por dentro é....apaixonante!!
É muito utilizado também no interior dos ambientes, principalmente como divisor de espaços, criando um efeito muito legal de luz e sombra (<3)
Mais uma vez tendências passadas voltam a circular pelas ruas tornando-se novas e melhoradas pela tecnologia. Hoje o cobogó é sinônimo de um design moderno, que mistura estilos e cria novos. Existe uma gama bastante variada de materiais em que são produzidos, como vidro, cerâmica, porcelana, madeira, cimento, e também diferentes formas e tamanhos.
O cobogó é um acessório lindíssimo e sustentável por possibilitar uma casa mais iluminada e fresca de forma natural, além disso, é um recurso poderoso na arquitetura, garantindo uma solução inteligente, prática, esteticamente bela e funcional.
Cobogó é pura inspiração!